Mas na sala de espera do RH da Jacto, na parede ao lado do bebedouro de água, há um quadro que quando olho pra ele não o observo de fora, entro nele, deixo-me ser capturado. Nada de especial do ponto de vista artístico ou técnico, pois é uma montagem fotográfica já desbotando, como aqueles troféus amarelados na estante que ainda não foram guardados em um armário qualquer.
Trata-se de uma homenagem do ano de 1998, por ocasião dos 50 anos da Jacto, aos funcionários com mais de 30 anos de empresa. Hoje seriam mais de 40 anos! São homens que entraram na Jacto e a Jacto entrou neles - uma simbiose, uma relação de benefício mútuo que se tornou nossas raízes.

Penso que muitas vezes durante as décadas de trabalho, carentes de recursos e tecnologias, como que raízes de uma planta sofrendo a escassez de água, tiveram que buscar nutrientes e soluções aprofundando-se no solo alem do normal, firmando e projetando assim uma arvore que já foi bem provada e aprovada pelos ventos de não poucas tempestades.
Bate-me um respeito, uma vontade de apertar a mão de cada um, e até pedir um conselho como escreveu o profeta Jeremias: “perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho” - pois alguns deles ainda andam entre nós. Sei que este sentimento, inerente nos valores do Grupo Jacto, não é comum nos meandros do profissionalismo contemporâneo, pois para muitos dos profissionais de hoje, o pai e o avô que trabalharam mais de 30 anos em uma mesma empresa não são exemplos a serem seguidos, mas evitados.
Para mim não é apenas um quadro de um ano jubilar da empresa, mas é uma janela da casa de uma família - dos filhos da paciência e netos da perseverança.
