Para atendermos estas exigências no prazo de um verão, o gerente do projeto organizou uma equipe com parceiro externo, funcionários de TI e das áreas fiscais das empresas. A tarefa de montagem do cronograma foi cheia de estica e puxa como quem dorme com coberta de anão.
Imagine como se sente um lutador de sumô tendo que entrar numa calça de jóquei. Foi mais ou menos o que sentimos quando percebemos o volume de trabalho e informações pedindo para ser entregue num prazo magérrimo. Tudo isso na época mais festiva do ano, disputando agenda com Natal e reveillon.
Uma sala foi separada para o trabalho da equipe, e painéis quadriculados surgiram na parede principal para controle do trabalho feito e a fazer. Cada quadrinho seria preenchido com um “X” assim que a etapa correspondente fosse executada.
Um misto de dias quentes com o frio na barriga marcou o início da jornada. Entretanto, em pouco tempo a rotina dominou, e a adrenalina da largada dissipou-se. Os esforços começaram a parecer remadas em alto mar, até que um pincel atômico entre cinco dedos preencheu o primeiro quadrinho com o esperado “X”. Então algo inesperado começou a acontecer.
Subitamente, a cada quadrinho preenchido, aplausos vindo de todos da equipe quebravam o reinado do silêncio e da rotina. Como Deus nos surpreende com sol numa manhã fria e chuva numa tarde quente, aqueles aplausos enchiam a sala com fragrância de motivação e alegria, deixando o ar mais leve e bocas com sorriso fácil.
Aplaudir o êxito do colega, uma atitude simples e gratuita, teve a eficácia do mais caro energético ou de um hábil motivador. Uma graça, um mistério, um gesto que valeu mais que mil palavras fez a diferença. E o lutador de sumô ficou muito bem na calça do jóquei!