
Buscando ideias, revirei a internet. Quase me perdi entre as mais de 17 mil matérias que encontrei sobre a vida e feitos do Sr. Nishimura. Não seria difícil parafrasear uma delas, quase todas bem escritas. Mas, não está no meu DNA artifícios deste tipo. Além disso, a memória do seu Nishimura é digna de ser honrada por hábeis escritores. Eles são capazes de talhar com palavras a vida como um escultor faz com sua obra.
Mas, “se quem vê o filho, vê o Pai”, como afirmou Jesus, quem vê a obra, vê seu criador. Os feitos de Shunji Nishimura discursam sobre ele sem ajuda de palavras. Olhar para eles nos põe mais perto deste grande homem de pequena estatura. Sua trajetória é um contraste marcante na história da nossa geração.
Se fizermos um desfile de seus feitos numa avenida, nossas pernas seriam fracas para manter-nos em pé até o final da exibição. Passariam diante de nós milhares de alunos e técnicos. Todos formados no conhecimento e no caráter, pelas escolas construídas e mantidas por ele. Seguiriam outros milhares de máquinas. Cada uma delas, criadas para ajudar a produzir mais alimentos em quase todo mundo. Guardada pelos filhos, em um grande carro, estaria sua mais cara herança: gratidão, trabalho e honestidade. Encerrando o desfile, haveria uma multidão de pessoas e famílias que desfrutam de suas empreitadas. Uma destas famílias seria a minha, e quem sabe, a sua também.
* Esta crônica foi escrita para o Informativo da Unipac nº 7 de junho de 2010