A linha do lado sul dá duas alegrias aos usuários a cada vai e vem. A primeira é quando o passageiro sobe no ônibus, já que a espera no ponto acabou. A segunda é quando desce. Os que ocupam os lugares próximo à saída do veículo são testemunhas disso. Assim que a teimosa porta abre, não é raro ouvir de quem está saindo:
- Descer é melhor que subir!
Ritmado por solavancos, o veículo segue seu trajeto. A cada parada, os sons e ruídos do ônibus tentando sair parecem cantar:
- Daqui não saio, daqui ninguem me tira.
A emoção não acaba por ai. Ela domina geral quando em notas altas, ouve-se em coro os passageiros clamando:
- Pára aí motorista!
Pode ser um vovô, ou alguma mãe com crianças fora do ritmo do condutor, na intenção de descer ou subir.
Justiça seja feita. Nem sempre o motorista perde o ritmo por causa de quem paga para andar. Não é qualquer um que aguenta como ele tantas horas sentado. Ainda mais sobre um banco apoiado por um pedaço de madeira, que sabe-se lá, até quando o manterá sentado acima do chão. Há de se tirar o chapéu também para o cobrador, que anda ausente nos últimos dias. Sua falta permite ver melhor onde ele assenta-se, o que faz pensar que conforto é uma sensação estranha naquele lugar.
