quinta-feira, 2 de abril de 2009

O primeiro DANFE ninguém esquece

Num clima que fundia tensão e ânsia fazíamos os últimos ajustes e revisões de configurações e dados, tentando encontrar algo que faltou ou foi feito equivocadamente que poderia quebrar nossa expectativa da emissão da primeira Nota Fiscal Eletrônica e a respectiva impressão do DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) da Unipac em ambiente de produção.

Enquanto o Marcelo Pedroso transpunha a ponte da vibrante vida dos solteiros para a bem-aventurada dos casados, nossa jornada tinha que ter seu fim naquela noite de sábado e ponto. Ninguem queria adiar, ainda que o sábado tivesse que ter mais de 24 horas. Éramos como uma mulher que no momento do parto sabe que chegou sua hora e não quer resistir ou esperar mais, pois aguarda firmemente que os gemidos se transformem em risos.

- “Vou faturar e seja o que Deus quiser”: disse a Marcélia pouco depois das 22h, e clicou no botão Salvar da VF01. Os segundos se arrastavam enquanto acompanhávamos os status de transmissão e retorno ao SEFAZ. Mas assim que retornou o status “NFe Autorizada” foi como ouvir nosso nome em noite de formatura. Era uma recompensa olhar aquela bandeirinha quadriculada no monitor da Nfe no SAP.

E faltou boca em nosso rosto, pois quantas tivéssemos teríamos repletas de sorrisos. E se nossa pele tivesse o tamanho de um lençol de casal, nenhum milímetro ficaria sem arrepios.

O Paulinho trouxe da impressora o DANFE, e em suas mãos vi o documento como um infante segurado pelo pediatra. Parece que o impresso tinha cheiro, cor e textura tão fresco como de um bebê ou dos cadernos e livros que abrimos pela primeira vez.

Seguramos e passamos o DANFE de mãos em mãos como que abençoando-o ou procurando nele algum defeito. Houve quem discretamente chorou. Derramou-se por todos que correram muitas vezes como quem corre com um pé quebrado, mas chega. Isso mesmo, chegamos e o Grupo Jacto conquistou mais um quinhão.

Fotos não podiam faltar e nem os alvissareiros telefonemas e emails aos que gostaríamos de brindar junto aquele momento enquanto a noite já fazia juz às noites de outono, agradável e fresca como um lençol de cetim.

Assim, com a mente acelerada e o coração grato apagamos as luzes faltando poucos minutos para o domingo, e voltamos para casa sabendo que o primeiro DANFE nenhum de nós esquecerá.

Heron,
grato a Deus e à competência dessa equipe que me ensina todo dia.
O Ademar que fotografou e está atrás da câmera.


3 comentários:

  1. Cara, você é muito louco!
    Genial a sua crônica. O primeiro DANFE realmente é inesquecível.
    Bom saber que apesar de tanta dificuldade e obstáculos, existe espaço, para o humor de boa qualidade.
    Parabéns pelo grande trabalho (a toda a equipe) e, especialmente, pela crônica!!
    Ricardo - Controladoria Unipac

    ResponderExcluir
  2. Seus escritos são um oásis poético em meio ao deserto de conteúdo e árida coerência gramatical dos quais estamos cercados. Sejamos sempre leves no falar diário e densos nas coisas registradas, às quais emprestamos nossa assinatura. Parabéns mais uma vez Heron. Seu fã literário declarado!

    DINART

    ResponderExcluir
  3. Heron,

    E aí, como estão os preparativos para a emissão da NF-e na versão 2.00? Suando muito?

    Abraços.

    ResponderExcluir

Muito obrigado por seu comentário, ele é muito importante pra mim.